7/27/2008

Cartão postal

Creio que substimei Machu Picchu enormemente. Culpa daquela foto batidaça das ruínas com o Pão de Açúcar atrás, que de tantas vezes repetida acabou mais atrapalhando que ajudando. Fez o lugar parecer simples demais, normal demais, acho.


Mas lá é tudo menos isso. Mesmo com todos os percalços, acredito plenamente que aquele lugar pertence a outro mundo, e é praticamente impossível negar que existe algo de sagrado no ar quando se olha a cidade cor-de-marfim no topo do morro, cercada pelas montanhas verdes e pontudonas cobertas pela serração. E até a maratona épica que se tem que fazer até chegar lá - eu, por exemplo, tive que pegar um táxi de Cuzco até Ollantaytambo, de lá fui de trem até Águas Calientes, acordei às cinco da manhã pra comprar meu ticket e encarar uma subida de quase 1 hora e meia até as ruínas, tudo isso a custo de uma pequena fortuna - ajuda a criar essa aura mística do lugar.

Entretanto, acho que meu prêmio de ruína favorita continua com Teotihuacan, na Cidade do México. Talvez porque foi a primeira, mas ainda lidera o ranking (agora com um pouco menos de folga, talvez).


Sobre Cuzco, bom, a cidade é bonita, mas acho que esperava um pouco mais. As ruínas perto da cidade são interessantes, mas também não são tão doidas assim. Minha chegada lá foi tranquila, e acostumei bem com a altitude depois de sentir uma dor insuportável no ouvido esquerdo e tomar cinco xícaras de chá de coca num intervalo de 3 horas. O efeito foi bom, mas me assustei um pouco quando me peguei involuntariamente cantando Secos e Molhados e lambendo a parede interna da catedral (que por sinal é simplesmente maravilhosa, tanto por fora quanto por dentro).

E pra não quebrar a tradição, ainda tive a sorte fenomenal de estar num quarto de albergue com janela virada pra paça principal de uma das maiores cidades do país bem no final de semana da independência. Sorte ou azar, já que tudo fica um pouco mais caro nessas épocas, mas deu pra curtir um desfile que durou o dia inteiro.

No mais, curti minha estadia aqui em Águas Calientes. Encontrei por milagre uma cama barata, fiz amizade com o dono, joguei bola com os peruanos (o que foi uma experiência muito esquisita, visto o jeito bizarro que as peladas se desenvolvem por aqui) e tomei cerveja com os tiozoes do meu time. Saio daqui amanhã cedíssimo, e tenho boas expectativas para o dia. Escrevo novamente em Puno ou na Bolívia, daqui a uns dois dias. Até lá!

1 comentários:

Isabela Eugenio disse...

e que dia vc volta?
hurry up! o mês tá acabando.